Um jeito de falar sobre a vida. (falando de metrô e livros)



Um dia você está fazendo algo absolutamente comum, em sua vida profundamente rasa, e algo faz um “CLIQUE!” na sua cabeça e você começa a refletir sobre tudo. Sobre todos. E desses segundos em diante você nunca mais é a mesma ou pelo menos você promete isso. Para algumas pessoas isso pode acontecer em uma praia-o barulho do mar pode trazer o melhor silêncio do mundo-mas, para mim, isso está acontecendo dentro do metrô lotado que eu entro todo dia.
Sim, poderia ser algo mais romântico e poético. Mas, não é... Está sendo assim mesmo, entre a voz que fala “Próxima estação Largo do Machado...” e o barulho das portas se fechando. Sou uma mulher de metáforas e comparações que acredita que para entender uma situação você precisa enxergar ela fora de você, como algo completamente diferente daqui que julgamos ser real. Então, nesse momento, a minha vida estava precisando mesmo de uma voz guiando e avisando cada estação que me espera e que me avise com uma antecedência considerável quando alguma porta vai fechar para que eu possa me preparar para sair e,principalmente,quando a porta vai abrir para que eu não desista de tudo, largue o metrô e pegue um ônibus.
Esse ano não tem sido fácil e aqui irão começar as interrogações: Como você faz quando observa a sua vida e parece que você está na linha errada? Como chegar ao seu destino se você não está em uma linha certa e parando em todas essas estações que você não planejou? E quando parece que você, simplesmente, saiu do trilho? Naquela hora que você está perdida e a voz não te avisa qual o próximo caminho? Ou quando parece que justo o SEU vagão está com o ar condicionado ruim? Quando você não encontra um lugar para sentar? Quando tudo que você quer é ficar em pé e esticar as pernas? Ou quando você entra no metrô lotado e se sente tão espremida por todos os lados e parece que a sua estação não chega nunca? Essa última indagação responde tudo: a vida te aperta por todos os lados, faz você duvidar de todos os seus sonhos e parece que a porta nunca abre na sua estação.
Sabe quando alguém te fala que, se alguma coisa dá errado, você vai entender lá na frente o porquê e perceber que tudo acontece na melhor versão dos fatos? Eu sempre digo isso pra todo mundo: “Olha, se isso não tivesse dado supostamente errado aquela coisa certa não teria acontecido na sua vida”,ai chega na minha vida e eu não consigo imaginar como todas essas coisas precisavam mesmo dar errado.Pô,não precisava!! Acho até que estou sendo um pouco injusta, afinal esse ano eu tenho aprendido algumas coisas:
1)    Tenho enxergado na prática como ter família é a melhor coisa do meu mundo e tento compactar todos os nossos momentos dentro de mim.
2)    Eu sempre falei que não queria ir pra Universidade X e, em 2014, fui. Não foi bom e eu sai, mas pude perceber claramente como aquele tempo foi importante para que eu ficasse mais independente e conhecesse pessoas incríveis. Moral da história: algumas coisas podem parecer contraditórias, mas elas te trazem uma certeza enorme depois.

3)    A terceira coisa vai ser uma metalinguagem: voltar a escrever. É isso que está acontecendo agora era parte essencial da minha vida e  aconteceu aquela velha história: a vida te cobra coisas e faz você abdicar de outras. Mas, escrever pra mim é  jogar todos os meus pensamentos pra fora e, meu querido, se tem uma coisa que pode dar problema são pensamentos sufocados ou jogados em mãos erradas.Então,escute isso: Um bloco de papel e um lápis sempre serão a melhor escolha pra mim.


Enfim, poderia sair listando mil coisas que sou grata de ter aprendido e gastar várias páginas falando das coisas que eu teria sido grata se tivessem acontecidos. Porém, acho que foi possível entender o motivo dessa inconstância toda... Ela é fruto do tanto de reticências e interrogações que colocaram na minha vida. Poxa! Eu queria pelo menos um capítulo em que os meus planos realmente tivessem sucesso, sem essas interrogações roubando linhas que eu quero tanto (TANTO!) ter a oportunidade de escrever. Esse medo de estar fazendo tudo errado, ocupando tanta folha do livro da minha vida que eu queria tanto tornar um best-seller, mas, ás vezes, parece que vai ser aquele empoeirado na estante. Ou aquele vagão fora dos trilhos.

                                                                                                                      27/10/15

1 leitores ja deram a sua opnião, agora é a sua vez!:

Anônimo at: 18 de janeiro de 2016 às 18:53 disse...

Bom texto! Continue com suas linhas....

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